Grupo de Estudos Interdisciplinares

Mediar Entre Regulação e Emancipação

Created by potrace 1.16, written by Peter Selinger 2001-2019
Cadernos do GREI nº07

CADERNOS

do GREI

Neste texto, aborda-se a mediação política, tomando o Estado e a sociedade civil como referentes teóricos. Problematiza-se o estado de tipo policêntrico que de mediador no conflito social passa a articulador de consenso entre interesses pluralistas. Considera-se que a educação crítica no trabalho social não pode ignorar as redes e fluxos locais, nacionais e globais, que se combinam em moldes ideológicos contraditórios.

O mais importante problema em política é encontrar o meio de impedir que os que não participam no governo se tornem vítimas dos que governam.
Paul d’Holbach in Système social (1773)

Perspetiva crítica sobre os princípios e valores da cidadania social.

Este texto apresenta e discute alguns pontos-chave relacionados com a mediação política. Do ponto de vista conceptual, e de acordo com Reina (2001), há a distinguir entre uma mediação ampla e uma mediação restrita. Assim, enquanto à mediação ampla (aquela que aqui adotamos como racional da reflexão) corresponde qualquer tipo de intervenção macrossocial, que visa sobretudo melhorar o bem-estar coletivo, à mediação estrita atribui-se uma intervenção microssocial específica para agir em conflitos interpessoais e melhorar as relações de convivência. Entendemos ainda, com Bonafé-Schmitt (2009), que a mediação pode ser uma nova forma de ação que privilegia a comunicação e o diálogo e que fornece contributos interessantes para pensar as tensões inerentes à intervenção social como modo de regulação social ou como modo de emancipação social.

O que aqui se apresenta considera, sobretudo, o contexto de emergência de novas formas de atuação do Estado, que no essencial se descentraliza e se despolitiza, adotando uma estratégia já não de mediador no conflito social mas de articulador de consenso entre interesses pluralistas, de fontes fragmentadas e heterogéneas que se integram, progressivamente, numa nova forma de organização política mais vasta que o próprio Estado e que urge compreender.

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