Grupo de Estudos Interdisciplinares

Psicologia Positiva e Felicidade Humana

Created by potrace 1.16, written by Peter Selinger 2001-2019
Cadernos do GREI nº25

CADERNOS

do GREI

Assumindo-se como um modo inovador de equacionar os problemas, a psicologia positiva demarca-se da tradição centrada no comportamento disfuncional e na doença mental. Perante vicissitudes que obstam ao adequado desenvolvimento humano, esta abordagem constitui, assim, uma alternativa aos enfoques convencionais. Nesta perspetiva, a felicidade autêntica significa prosseguir finalidades pessoais que permitem libertar-nos do círculo fechado dos modelos psicopatológicos.

Não há felicidade senão com conhecimento.
Mas o conhecimento da felicidade é infeliz; porque conhecer-se feliz é conhecer-se passando pela felicidade, e tendo, logo já, que deixá-la atrás.
Saber é matar, na felicidade como em tudo. Não saber, porém, é não existir.
Fernando Pessoa in Livro do desassossego (1982)

As ciladas conceptuais dos modelos psicopatológicos.

Desde finais do século passado que a psicologia positiva se tem afirmado como alternativa ao entendimento dos problemas subjacentes à atividade mental, rompendo com a anterior tradição de fazer ciência no âmbito psicológico. O seu novo olhar – descentrado da hegemonia do psicopatológico e aberto à importância da felicidade humana – põe à prova o equacionar das questões colocadas neste enquadramento, abalando os próprios alicerces das conceptualizações psicológicas acerca da “doença mental”.

Este domínio do saber, adotando uma postura positivista, tinha vindo a centrar-se na explicação de tudo aquilo que pode redundar em fracasso na difícil tarefa de nos tornarmos pessoas, restringindo-se demasiado ao disfuncional, assumido como o que mais importava evidenciar no percurso psicológico do ser humano. Com efeito, a sua estratégia de aproximação do que podia ser considerado um corpus teórico digno desta disciplina – a pretexto da cientificidade da construção do conhecimento – polarizou durante largas décadas o que era correto e aceitável questionar, de modo a superar os numerosos desafios da perturbação mental e daquilo que pode obstar a um desenlace satisfatório nas várias etapas da nossa construção psicológica.

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